Estas são as primeiras imagens do nosso querido filme que se desenha!!!
O roteiro já está pronto, a pré-produção a toda! Até decidimos (…) o nome!!!
O mais importante: temos muitas histórias para contar e já podemos nos considerar amigos!
Temos diferenças, e são muitas, mas estamos trabalhando em prol do filme, e é isso que vai ficar, no final!
Imagens by: Eduardo Calegari, vulgo O Vigia
As histórias que movimentam a distribuição de filmes, uma das etapas mais importantes da produção em cinema
“Sabia que Tarantino era atendente de vídeo-locadora quando tinha a minha idade?” Francisco Saporski neto, 20 anos, um emprego que o fascina e que sempre rende boas historias e uma façanha: ter um aspecto de sua vida parecido com um dos maiores cineastas da nova geração. “Até estive pensando em fazer uns filmes trash”, revela.
A locadora nunca fecha, e não é o chefe que trabalha todos os dias, conta com um olhar distante. Mas quando está lá, aquele é seu ambiente. Conhece os clientes, conhece os filmes que eles assistem e até alguns de seus desejos mais secretos.
Situações inusitadas, engraçadas ou simplesmente diferentes não faltam na rotina de quem trabalha nas locadoras, indicando e disponibilizando os filmes, o produto final de um sonho, que começa com uma simples idéia e envolve tantos profissionais cujos limites são a vastidão da imaginação humana.
Um dia é uma família que vem reunida para a locadora. Ao chegar a mãe se divertindo com a situação, já começa a contar para o dono do estabelecimento que este cometeu um erro. Decerto ele se lembrava daquele filme infantil que a família tinha locado dias atrás. Sim, o atendente lembrava e até tinha recomendado já que era muito bom. A mãe então conta que ao chegar em casa colocou o filme para que as crianças, três e cinco anos, vissem enquanto ela faria todas as tarefas acumuladas em casa. A única coisa que achou estranha foi o silêncio que se seguiu, já que as crianças costumavam ser um tanto agitadas.
Algum tempo e muitas tarefas de casa depois, a mãe volta à sala, para encontrar a cena mais inusitada possível: as crianças estavam assistindo a um CD de filme erótico com classificação para maiores de 18 anos, que o atendente, num incrível engano, tinha colocado na embalagem do filme infantil.
Outro dia é uma senhora, já com idade a transparecer em seu rosto, que entra na locadora com seus dois netinhos. Com olhar ligeiramente tímido pergunta ao atendente se ele pode cuidar das crianças por alguns momentos. “Para dar uma olhadinha na sessão reservada”, segreda. Depois de algum tempo, um leve e discreto chamado se faz ouvir. O atendente, um tanto incrédulo se dirige até a sessão para encontrar a boa senhora com um filme adulto de transexuais em mãos. Olhos indagadores e um leve sorriso acompanham o pedido de ajuda profissional: “este é bom, moço?”
O que dizer? Pensa o atendente. Está claro que não poderá rir do visível acanhamento da cliente com sua escolha. Então na falta de algo melhor, diz simplesmente a verdade, que não conhece este filme, que este não é exatamente a sua opção cinematográfica e que, não pode ajudá-la… Infelizmente. Mas, apesar de não ter uma referência da qualidade da obra, a senhora se decide a levá-lo não sem antes pedir uma embalagem discreta para que as crianças não vejam. Antes de sair, ainda se volta e explica ao atendente: “é que eu tenho curiosidade”.
Pronto! Eles, o atendente e a simpática senhora, já têm o seu segredo. Não um segredo terrível, nem tampouco, um segredo vergonhoso, apenas um “segredinho” discreto, de um gosto oculto, de uma curiosidade inusitada.
Por Vanda Moraes
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