A arte de contar histórias através de imagens em movimento

Em 28 de dezembro de 1995 nascia a sétima e mais completa das artes que viria a ser conhecida como Cinema, a arte de contar histórias, construir sentidos e mudar parâmetros através de imagens em movimento.

Para os cinéfilos do século XXI, ou mesmo os cidadãos leigos da forma e do sentido utilizados para fazer filmes, a técnica parece simples.

E, de fato é: trata-se de uma sequência de fotografias tiradas a uma velocidade de 24 imagens por segundo e projetadas na mesma velocidade.

A ilusão de movimento é o olho humano que se encarrega de dar e a magia acontece quando todos os sentidos, devidamente explorados pelo realizador do filme, se unem e interagem com a história apresentada.

Cinema é a arte de contar histórias através de imagens em movimento, uma das maneiras mais interessantes e sugestivas de contar uma história.

A tela traz o mundo inteiro a nossos olhos porque nela podemos ver o que se passa em qualquer parte do globo. Com isso, o Cinema vence o espaço. O passado e o presente e, às vezes, o próprio futuro estão aos nossos olhos. Com isso, o Cinema vence o tempo”. (SAMUEL, Irmão. Noções de Cinema. 1965. Editora FTD S/A. São Paulo, SP)

O envolvimento do espectador com os filmes se torna mais forte à medida que o cinema evolui. No princípio, as pessoas expostas à experiência cinematográfica se deslumbravam pela novidade que o cinema proporcionava.

Já se conhecia a fotografia e, desde os primórdios da humanidade, o homem sente a necessidade de marcar sua passagem, perpetuar suas experiências e, consequentemente, imortalizar-se, contando, pintando, escrevendo ou fotografando a própria imagem através dos fatos cotidianos ou de projeções inventadas.

Mas a “vida real” – saída dos operários da fábrica dos Irmãos Lumiére, chegada do trem à estação de Ciotat –, os fatos cotidianos de domínio público e conhecimento de todos, passados na tela deveria ser, para esta primeira audiência, algo realmente extraordinário, mesmo que pelo viés de mais uma atração das casas de jogos e shows direcionadas às classes populares.

De fato, o cinema não foi, em seus primeiros anos, considerado de igual importância a uma arte dita “superior” como a ópera e a literatura.

Muitos contribuíram para tornar o cinema possível do ponto de vista expressivo, seja tecnologicamente ou com o desenvolvimento da linguagem cinematográfica.

Alguns, como foi o caso de Griffith, canalizaram estas experiências particulares e concentraram as técnicas em obras que são consideradas fundamentais para a sétima arte, como a conhecemos hoje.

O cinema atingiu, na década de 1920, um grau muito elevado de técnica. Chegou à perfeição da busca pela representação da realidade e pelo envolvimento do espectador no classicismo norte-americano, cujo princípio era, e continua sendo em muitos casos, tornar a forma do filme “transparente”, ou seja, os filmes são filmados e montados de uma maneira que quem o assiste não percebe os cortes, a descontinuidade da ação ou os movimentos da câmera.

O espectador também evoluiu, aprendeu a ver cinema à medida que os realizadores aprenderam a fazê-lo. Mas o cinema ainda continuava mudo e se mostrava aos olhos dos espectadores em preto e branco.

Ora, mas a vida não é colorida e extremamente sonorizada?

Já nos primeiros anos do cinema, visionários como Thomas Edson, por exemplo, iniciaram experiências na tentativa de sonorizar os filmes. Mas, só no final da década de 1920 surgiu a tecnologia necessária para tornar possível “O cantor de Jazz”, primeira obra sonorizada.

A partir daí veio a cor e a melhora constante nas tecnologias utilizadas em equipamentos tanto na captação de imagens como na exibição dos filmes nas salas de cinema.  A identificação do espectador não é gratuita, depende da competência do realizador filme em introduzir elementos que, devidamente explorados, fazem com que não haja contestação por parte de quem assiste.

Por Vanda Moraes

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