Parte de mim?

De repente sinto-te, um corpo estranho inserido em um corpo por mim muito conhecido, meu mesmo,

E, secretamente te escondo até de mim e minto e finjo e ajo como se tudo não fosse aqui

Os medos não são de mudanças que certamente acontecerão, não

São daquelas que já não podem acontecer. Eu mesma nada mudei, nada escolhi, nada fiz

Você, assim sem nenhum de nós ter percebido, se apropriou da minha inocência, do meu direito de errar, do meu medo, da minha lágrima, porventura ainda tenho este direito muito meu de lacrimejar murmúrios?

De repente sinto-te: explosão

De sentimentos, de dúvidas, de hormônios

Agora, que não sou mais apenas eu, porque, sim, você vai aonde eu vou (e só aonde eu vou), como posso me sentir tão só?

Não te vejo, não te ouço, não te conheço, mas te sei aqui todo o tempo

Me pega pela mão? Estranho ao meu mundo, parte de mim

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